domingo, 15 de abril de 2012

A disciplina em sala de aula

Outro dia esperava pacientemente na fila minha vez de ser atendido, quando um outro cidadão, sem mais nem menos, se interpôs à frente e pretextando ser amigo de um dos “pacientes” que a minha frente aguardavam, insurgiu-se w li se instalou, deixando lá trás um mundo de resmungos. Minutos depois, esperávamos todos o elevador chegar e mal a porta se abriu uma matilha alvoroçada ingressou no mesmo, atropelando os que de lá saiam. Não demorou muito, aguardava a hora de embarque e tão logo foi feita a chamada para o vôo, uma porção de passageiros desesperados amontoaram-se à frente, deixando crianças, idosos e deficientes, com suposta preferência, entrarem por último. Sorte que os lugares eram marcados e assim não coube aos primeiros o privilégio da escolha. Entrei no vôo por último, suspirando aliviado e pensando minha sorte em não estar buscando lugar no metrô, que disputa com maior sofreguidão bem mais passageiros.

Confesso que não me habituo a essa rotina agressiva e acho muito estranho tudo isso, recordando-me de tempos atrás quando havia uma coisa civilizada chamada “fila” que, agora, parece ter desaparecido.

Nada de surpreendente no que acima se relata. Não há morador de cidade grande ou média que não percebe essa evidência, que não sabe de pai que vai a escola reclamar da falta de disciplina e atira cascas de frutas pela janela ou estaciona em mão dupla. Ser empurrado, levar cotovelada, tapa na orelha e xingamento tornou-se comum e quem desejar ficar livre desses assédios que não tente sair de casa. Ou se aprende a empurrar ou se é empurrado cada vez mais. Nada disso parece causar estranheza, mas por paradoxal que possa parecer, existem os que ficam surpreendidos com o avolumar da indisciplina em sala de aula.


sala de aula é e sempre foi um espaço que expressa continuidade da vida, reflexo do entorno. Se assim não for, não será sala de aula verdadeira, não permitirá que o aluno contextualize em sua existência os saberes que ali aprende. Ora se a sala de aula é reflexo da sociedade e se a sociedade urbana perdeu noção de compostura e disciplina, como esperar que a escola transforme-se em um aquário social, tornando-se diferente da rua? Se aqui se fechasse esta crônica, ficaria por certo uma questão essencial. Quer dizer então que não adianta combater a indisciplina em sala de aula, uma vez que este espaço reproduz a ausência de disciplina que campeia pelas ruas?

a resposta é claramente negativa.

É essencial que se restaure a disciplina em sala de aula, que se faça desse valor um objetivo a se perseguir, não para que a sala se isole da sociedade e também não para que a aula do professor fique mais confortável, mas antes para que ali ao menos se aprenda como tentar modificar o caos urbano que o desrespeito social precipitou. Mas, como fazer isso?
Em primeiro lugar transformando-se a disciplina em um “valor”. Isto é, fazendo com que seja a mesma vista como uma qualidade humana, imprescindível à convivência e fundamental para as boas relações interpessoais. A disciplina não pode, jamais, chegar ao aluno como uma ordem, um castigo, um imperativo que partindo do mais forte, dirige-se ao oprimido em nome de seu conforto pessoal, mas como “produto” de debate, reflexão, estudo de caso e análise onde se descobre a hierarquia de povos disciplinados sobre clãs sem mando ou sobre sociedades oprimidas. A Literatura, a História e a Geografia podem se transformar em espelhos que refletem que a disciplina que se busca não é apenas a que se vê na relação professor x aluno, mas toda aquela que leva um povo à vitória, um ideal à concretização. Depois de uma ampla sensibilização sobre a disciplina enquanto valor humano cabe uma franqueza cristalina na discussão de regras, princípios, normas e fundamentos que são essenciais a todos, ainda que funções diferentes impliquem em regras não necessariamente iguais. Qual a disciplina ideal na opinião dos alunos? Qual na opinião dos professores? Quais regras são boas para todos e quais sanções cabem a quem não as cumpre? Esse diálogo não deve valer somente para se sensibilizar a classe sobre o valor da disciplina, mas para formalizar verdadeiro “contrato” que unindo interesses, exigirá reciprocidade.
Em terceiro lugar um sincero convite para que todos os membros da comunidade – alunos, pais, professores, inspetores, serventes, etc. – ajudem a escola a construir os valores que objetiva. Que se mostre o que a sala de aula está fazendo e o que espera que faça o cidadão, que se busque algumas simples regras para a comunidade que uniformizando a solidariedade, sinaliza, para a construção de um ideal. É a oportunidade para mostrar que o belo e o bom não são questão de preço, mas ação comportamental de uma comunidade. É possível imaginar o efeito de um boicote de clientes contra a instituição pública ou privada que menospreze a disciplina? A construção de regras implica tacitamente na proposição de sanções quando de sua infringência, tal como no esporte o descumprir da regra implica na falta, e estas sanções necessitam menos castigar que orientar, menos punir e bem mais relevar o sentido e a significação de se viver em grupos.

Isto mudará o mundo fora da escola, além do entorno e de sua comunidade? Ocorrerá a restauração da fila e o voltar do respeito? Impossível ter certeza, mas ainda sem ela fica a convicção de que se a comunidade não fizer da sala de aula o seu espelho, ao menos os alunos e mestres desta sala a transformarão em abrigo sereno que sonha transformar-se em pequenino modelo para uma comunidade melhor.


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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ética e sua aplicação no exercício do Serviço Social

Os fundamentos da Ética e sua aplicação no exercício do Serviço Social

A revisão a que se procedeu, compatível com o espírito do texto de 1986, partiu da compreensão de que a ética deve ter como suporte uma ontologia do ser social: os valores são determinações da prática social, resultantes da atividade criadora tipificada no processo de trabalho. É mediante o processo de trabalho que o ser social se constitui, instaura-se como distinto do ser natural, dispondo de capacidade teleológica, projetiva, consciente; é por essa Socialização que ele se põe como ser capaz de liberdade. Essa concepção já contém em si mesma uma projeção de sociedade - aquela em que se propicie aos trabalhadores um pleno desenvolvimento para a invenção e vivência de novos valores, o que, evidentemente, supõe a erradicação de todos os processos de exploração, opressão e alienação. É ao projeto social aí implicado que se conecta o projeto profissional do Serviço Social - e cabe pensar a ética como pressuposto teórico-político que remete para o enfrentamento das contradições postas à profissão, a partir de uma visão crítica e fundamentada teoricamente, das derivações éticas políticas do agir profissional. (pp.21 e 22)

Princípios filosóficos que fundamentam a Ética no Serviço Social brasileiro traz que o Serviço Social foi uma das primeiras profissões da área social a ter aprovada sua lei de regulamentação profissional, a Lei 3252 de 27 de agosto de 1957, posteriormente regulamentada pelo Decreto 994 de 15 de maio de 19621. Foi esse decreto que determinou, em seu artigo 6º, que a disciplina e fiscalização do exercício profissional caberiam ao Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) e aos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS).

O Serviço Social adquire no mundo atual uma amplitude técnica e cientifica, impondo aos membros da profissão maiores encargos e responsabilidades;

Um Código de Ética se destina à profissionais de diferentes credos e princípios filosóficos, devendo ser aplicável a todos.

O primeiro Código de Ética Profissional do Assistente Social foi elaborado pela ABAS – Associação Brasileira de Assistentes Sociais, em 1948. A partir da criação do CFAS, em 1962, um novo Código é aprovado em 1965, passando a ter um caráter legal, assim como as reformulações posteriores em 1975, 1986 e 1993.

Resgate desse processo pode ser encontrado em ABRAMIDES, M. B. C. & CABRAL, M. S.R. O novo sindicalismo e o Serviço Social. São Paulo, Cortez, 1995 e CFESS. "Serviço Social a caminho do século XXI: o protagonismo ético-político do Conjunto CFESS-CRESS". In: Serviço Social e Sociedade. São Paulo, Cortez, 1996;

Guerra (2005) aponta as determinações da prática profissional, considera que o Serviço Social sofre influências da categoria cotidianas, ou seja, recebe muitas demandas de caráter imediato. Considerando as complexidades das relações sociais na sociedade capitalista, devemos estar cientes que estas demandas não cessarão através de intervenções imediatas.

Segundo Guerra (2005), a ação profissional do assistente social deve se respaldar em conhecimentos sobre a totalidade social, fundamentos da profissão, sobre os fenômenos sociais, o homem como ser social, entre outros, para que assim, este profissional possa planejar e projetar muito bem suas ações. Devemos considerar que estes conhecimentos também devem contribuir para melhor desenvolvimento das diferentes dimensões que a profissão possui: Dimensão Técnico-instrumental, Teórico-intelectual, Investigativa, Ético político e a dimensão Formativa.

Um código ético pode, portanto, ser entendido como um conjunto de regras de conduta, nas quais são estabelecidos critérios de orientação que permitam decidir o que é eticamente mais correto, procurando assegurar comportamentos e atitudes éticas por parte dos membros de uma empresa, podendo ter também uma abrangência setorial ou mesmo profissional.

 
 Os desafios da articulação entre teoria e prática no Serviço Social

Segundo Marilda Vilella Iamamoto a qual caracteriza o Serviço Social como profissão em face de divisão de trabalho peculiar à sociedade capitalista. Sendo que a divisão social do trabalho submete os indivíduos a certos ramos de atividades profissionais gerando a acumulação e as particularidades da reprodução da força de trabalho, processo que reifica as relações estabelecidas. É no contexto da divisão social do trabalho que a autora situa o Serviço Social, enquanto uma atividade institucionalizada, “legitimada pelo Estado e pelo conjunto dominante”.

A mesma ressalta a importância da apreensão histórica dessa noção e da compreensão das diversas formas que a divisão social do trabalho assume, “de acordo com as condições de produção sobre a qual se baseiam as relações entre os membros da sociedade”.

O Serviço Social, como profissão situa-se no processo de reprodução das relações sociais, fundamentalmente como uma atividade auxiliar e subsidiária no exercício do controle social e na difusão da ideologia da classe dominante entre a classe trabalhadora. Isto é, na criação de bases políticas para o exercício do poder de classe.

Enquanto profissional, o assistente social realiza sua prática vinculado a organismos institucionais6, inserido na divisão sócio técnica do trabalho, estabelecendo uma rede de mediações que estruturam o tecido social, tendo em vista o cotidiano como palco que consolida, perpetua ou transforma sua ação. A prática é particular e específica. Ela implica sujeitos com múltiplas determinações históricas no todo e, a especificidade, é extremamente complexa.

O atendimento às demandas tem sido realizado principalmente pelo assistente social, no contato estreito e direto com a população e em apreender as suas mais variadas expressões de vida: saúde, habitação, lazer, educação, família, afetividade etc.


 A reorientação do Serviço Social no Brasil

A necessidade da revisão do Código de 1986 vinha sendo sentida nos organismos profissionais desde fins dos anos oitenta. Foi agendada na plataforma programática da gestão 1990/1993 do CFESS. Entrou na ordem do dia com o I Seminário Nacional de Ética (agosto de 1991) perpassou o VII CBAS (maio de 1992) e culminou no II Seminário Nacional de Ética (novembro de 1992), envolvendo, além do conjunto CFESS/CRESS, a ABESS, a ANAS e a SESSUNE. O grau de ativa participação de assistentes sociais de todo o País assegura que este novo Código, produzido no marco do mais abrangente debate da categoria, expressa as aspirações coletivas dos profissionais brasileiros.

A revisão do texto de 1986 processou-se em dois níveis. Reafirmando os seus valores fundantes - a liberdade e a justiça social, articulou-os a partir da exigência democrática: a democracia é tomada como valor ético-político central, na medida em que é o único padrão de organização político-social capaz de assegurar a explicitação dos valores essenciais da liberdade e da equidade.

É ela, ademais, que favorece a ultrapassagem das limitações reais que a ordem burguesa impõe ao desenvolvimento pleno da cidadania, dos direitos e garantias individuais e sociais e das tendências à autonomia e à autogestão social. Em segundo lugar, cuidou-se de precisar a normatização do exercício profissional de modo a permitir que aqueles valores sejam retraduzidos no relacionamento entre assistentes sociais, instituições/organizações e população, preservando-se os direitos e deveres profissionais, a qualidade dos serviços e a responsabilidade diante do usuário.

A revisão a que se procedeu, compatível com o espírito do texto de 1986, partiu da compreensão de que a ética deve ter como suporte uma ontologia do ser social: os valores são determinações da prática social, resultantes da atividade criadora tipificada no processo de trabalho. É mediante o processo de trabalho que o ser social se constitui se instaura como distinto do ser natural, dispondo de capacidade teleológica, projetiva, consciente; é por esta socialização que ele se põe como ser capaz de liberdade. Esta concepção já contém em si mesma, uma projeção de sociedade - aquela em que se propicie aos trabalhadores um pleno desenvolvimento para a invenção e vivência de novos valores, o que, evidentemente, supõe a erradicação de todos os processos de exploração, opressão e alienação. É ao projeto social aí implicado que se conecta o projeto profissional do Serviço Social - e cabe pensar a ética como pressuposto teórico-político que remete para o enfrentamento das contradições postas à Profissão, a partir de uma visão crítica, e fundamentada teoricamente, das derivações ético-políticas do agir profissional.

Referencias Bibliográficas:

http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP2011_CFESS.pdf Acesso em 31 out 2011 às 17h47min.

BARROCO, M. L. S. Ética e Serviço Social: fundamentos ontológicos. São Paulo, Cortez, 2001.

BRASIL. Lei 8662/93 de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de assistente social e dá outras providências.

CFESS. Código de Ética Profissional do Assistente Social. 1986.

_______ Código de Ética Profissional do Assistente Social. 1993.

_______ "Serviço Social a caminho do século XXI: o protagonismo ético-político do Conjunto CFESS-CRESS". In: Serviço Social e Sociedade (50). São Paulo, Cortez, 1996.

GUERRA, Y. O potencial do ensino teórico-prático no novo currículo: elementos para o debate. Katálysis. Florianópolis, V. 8, N° 2, p. 147-154. 2005.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

"Que as realizações alcançadas este ano, sejam apenas sementes plantadas, que serão colhidas com maior sucesso no ano vindouro."



FELIZ NATAL E UM ABENÇOADO ANO DE 2012!!!


UM ABRAÇO...



domingo, 11 de dezembro de 2011

ANALISE DA PRATICA


Ramona Pereira, Daguimar Rodrigues, Eliete Ferreira e Maria Madalena atuando na Ação Social no dia da Responsabilidade Social
O descompasso entre o avanço tecnológico e o desenvolvimento humano cria um grande desafio, pois traz a idéia de que o sucesso do século XXI, isto é, o alcance da qualidade de vida será determinado pela qualidade da capacidade humana. Contudo, as transformações necessárias para a melhora da qualidade de vida, exigem um repensar do próprio homem sobre a sua insegurança e vulnerabilidade e uma responsabilidade conjunta do indivíduo e sociedade. Não existe uma fórmula sobre quais caminhos seguir, mas é a partir do cotidiano que podemos construir pontes, partindo da premissa de que fazemos parte de elos circulares.

Este texto apresenta um modelo de trabalho que vem sendo executado pelo Serviço Social na área da saúde do trabalhador que tem como fundamento teórico a abordagem sistêmica. Portanto, o objetivo é favorecer o entendimento de que a visão ampliada do indivíduo possibilita ao profissional de Serviço Social, mesmo através de uma intervenção breve, impelir o indivíduo a ser mais consciente de como agir em relação a si próprio, a sua saúde, tornando-se mais responsável, produtivo e motivado no seu cotidiano.

Quem levou o pensamento sistêmico para o mundo das ciências foi o biólogo Ludwig Von Bertalanffy (Nichols, 1998). Segundo ele “o sistema é uma entidade mantida pela interação de suas partes”. A aplicação desta forma de pensar trouxe várias contribuições a maneira de se compreender o mundo e o ser humano, transformando-se, hoje, como cita Peter Senge (1998), “ no antídoto para a sensação de impotência que muitas pessoas sentem na era da interdependência”. Ao ver o todo, aprendemos a fomentar saúde”. Desta forma, o indivíduo deixa de ser olhado sob a ótica de um ser isolado do seu contexto natural, a família, e passa a ser entendido como parte de um sistema. Ele é resultado de suas interações, logo tudo que lhe ocorre está interligado.

Esse serviço de atendimento entende, de acordo com Henry Sigerist, que “ a saúde não é simplesmente a ausência de doença, é algo positivo, uma atitude otimista perante a vida, uma boa aceitação da responsabilidade que a vida impõe ao indivíduo”. Assim, tem como objetivo imediato: favorecer aos seus usuários (pessoas afastadas do trabalho por motivo de doença) um melhor entendimento das dificuldades pelas quais possam estar passando e ajudar-lhes a buscar alternativas pessoais para um retorno mais rápido e profícuo ao trabalho, bem como um melhor estilo de vida pessoal; como objetivo remoto: contribuir, a médio, e longo prazo, com a política de recursos humanos. Para tal utilizamos como instrumentos: entrevistas, abordagens reuniões, visitas, encaminhamentos, documentação; como metodologia: entrevista inicial, Sumário Biopsicosocial, entrevistas de acompanhamento com o trabalhador e/ou familiares, reuniões com Junta Médica e contatos com chefias e setores administrativos.

Enfim, esta prática cotidiana do atendimento à pessoa através do paradigma sistêmico nos permiti constatar a possibilidade de impulsionar uma cadeia de mudanças, pois vamos lançando a semente da corresponsabilidade dos problemas envolvendo os trabalhadores, chefias e familiares, tendo em vista que uma vez assumida a responsabilidade pessoal pela mudança do seu papel nos padrões de relacionamentos, podem-se romper hábitos antigos e encontrar soluções novas para os problemas. Desta forma, o indivíduo fica mais consciente de como agir em relação a si próprio e à sua saúde. Sai do lugar de vítima, acaba com a própria impotência e passa a agir. Como parte do sistema, a sua própria mudança acarreta mudança no sistema.

Por outro lado, o número de dados levantados nos atendimentos gera uma fonte de pesquisa que possibilita a elaboração de projetos na área da saúde ocupacional e para a melhoria da qualidade de vida.

1 - texto extraido do Livro: TERAPIA FAMILIAR Conceitos e Métodos – Nichols, M. P. & Schwartz, R. C.  – Artmed – 1998 ( p. 34-35)

A profissão do assistente social desenvolveu-se no final do século XIX, a partir dos movimentos de caridade na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. Naquela época, como agora, os assistentes sociais dedicavam-se a melhorar a condição dos pobres e desprivilegiados da sociedade. Além de atender as necessidades básicas de alimentos, vestuário e habitação, os assistentes sociais também tentavam aliviar a angústia emocional nas famílias de seus clientes e encaminhá-los às entidades sociais responsáveis pelos extremos de pobreza e privilégios. O visitador solidário era um assistente social que visitava os clientes em suas casas para avaliar suas necessidades e oferecer ajuda. Tirando os profissionais de seus escritórios e os levando até as casas das pessoas carentes, essas visitas serviram para derrubar a artificialidade do modelo médico-paciente que prevaleceu durante tanto tempo.

Os visitadores solidários estavam diretamente envolvidos no tratamento de problemas de casamentos conturbados e dificuldades na educação dos filhos. Os profissionais das casas de assistência social ofereciam serviços sociais, não apenas aos indivíduos, mas também aos grupos familiares. A assistência social familiar foi provavelmente o foco mais importante do treinamento inicial em serviço Social. Na verdade, o primeiro curso ministrado pela primeira escola de Serviço Social dos Estados Unidos intitulava-se “O Tratamento das Famílias Carentes em Suas Próprias Casas” (Siporin, 1980). Os profissionais aprendiam a importância de entrevistar pai e mãe ao mesmo tempo para obter um quadro completo e preciso dos problemas de uma família, isto em uma época em que as mães eram consideradas responsáveis pela vida familiar, e muito antes dos profissionais tradicionais de saúde mental terem começado a experimentar a realização de sessões familiares conjuntas. Estes estudiosos da assistência social familiar da virada do século estavam bastante conscientes de algo que a psiquiatria demorou mais 50 anos para descobrir que as famílias devem ser consideradas como unidades. Assim, por exemplo, Mary Reymond (1917), em seu texto clássico Social Diagnoses, prescreveu o tratamento de “toda a família” e advertiu contra o isolamento dos membros da família de seu contexto natural.

O conceito de Richmond de coesão familiar tinha um toque incrivelmente moderno, antecipando, como realmente o fez, os trabalhos posteriores das teorias do papel, a pesquisa de dinâmica de grupo e, é claro, a terapia da família estrutural. Segundo Richmond, o grau de vínculo emocional entre os membros da família era um determinante fundamental da sua capacidade de sobreviver e florescer. Richmond também previu desenvolvimentos com os quais a terapia familiar passou a se preocupar na década de 1980, encarando as famílias como sistemas dentro de sistemas. Como observaram Bardhill e Sauders (1989 no livro Marital conflict and psychoanytic ): Ela (Richmond) reconheceu que as famílias não são conjuntos isolados (sistemas fechados), mas existem em um contexto social particular, que influencia interativamente e é influenciado por seu funcionamento (isto é, são abertos). Descreveu graficamente esta situação, usando um conjunto de círculos concêntricos para representar vários níveis sistêmicos, desde o individual até o cultural. Sua abordagem à prática foi considerar o efeito potencial de todas as intervenções em todo o nível sistêmico, e compreender e usar a interação recíproca da hierarquia sistêmica para propósitos terapêuticos. Ela realmente assumiu uma visão sistêmica da angustia humana. (p. 319). Ironicamente, os primeiros assistentes sociais a encararem a família como a unidade de intervenção, recuaram para uma visão mais tradicional da abordagem indivíduo-como-paciente quando ficaram sob a influência da psiquiatria na década de 1920.

Os assistentes sociais do ramo da saúde mental foram fortemente influenciados pelo modelo psicanalítico prevalecente, que enfatizava os indivíduos, não as famílias. Quando o movimento da terapia familiar foi iniciado, os assistentes sociais estavam entre seus mais numerosos e mais importantes colaboradores. Entre os líderes da terapia familiar que são assistentes sociais estavam: Virginia Satir, Ray Bardhill, Peggy Papp, Lynn Hoffman, Froma Walsh, Insoo Berg, Jay Lappin, Richard Stuart, Harry Aponte, Michael White, Doug Breunlin, Olga Silverstein, Lois Braverman, Steve de Shazer, Peggy Penn, Betty Carter, Braulio Montalvo e Monica McGoldrick. A propósito, mesmo começar uma lista dessas é difícil, porque, a menos que escrevêssemos páginas e páginas de nomes, seria inevitável a omissão de muitos nomes importantes.

A Indisciplina na Escola e a Aprendizagem em Coronel Sapucaia MS

INDISCIPLINA ESCOLAR: APRENDIZAGEM









SILVA, Mara Cristiane Lopes da, SEGOVIA, Milda, SILVESTRE, Nilséia da Silva, SOUZA, Ramona Pereira, VIANA, Ilizandra Santos da Silva.









Resumo



O presente artigo tem como objetivo promover uma reflexão sobre os problemas encontrados no processo de ensino/aprendizagem dos alunos do Ensino Fundamental, devido a indisciplina escolar. Para tanto, vamos buscar no âmago histórico as distorções que nos dias de hoje ainda permeiam as instituições escolares tanto nos aspectos filosóficos, estruturais e humanos. O mesmo foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica e análise documental. Consideramos relevante esta pesquisa pela necessidade de trazer à tona discussões sobre o tema Indisciplina Escolar contribuindo para a superação de paradigmas educacionais.



Palavras-chave: Indisciplina. Professor. Estatuto da Criança e do Adolescente. Disciplina.



1. INTRODUÇÃO

Para iniciarmos com mais clareza o assunto a ser estudado, necessitamos primeiramente de falar sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, que desde a sua vigência, sempre foi taxado como uma lei permissiva, que contemplava somente direitos às crianças e aos adolescentes e que, de certo modo, teria contribuído para o aumento dos atos de indisciplina ocorridos na escola, essa fala parte principalmente de professores e de pessoas ligadas a educação escolar.

Porém nos perguntamos, será que todos os atos de indisciplina que ocorrem na escola atualmente têm alguma relação com o que rege o Estatuto da Criança e do Adolescente? Qual a relação entre os atos de indisciplina e o Estatuto? Qual o papel dos professores frente à indisciplina de seus alunos? O que fazer para acabar com indisciplina em sala de aula?

Estas indagações merecem algumas reflexões, não só para a compreensão da Lei e seu papel frente o problema escolar, mas visando apontar soluções concretas para os problemas enfrentados pelos profissionais da educação no seu dia a dia e principalmente para delegar a cada integrante desta situação o seu papel e função, na tentativa de solucionar os problemas que a indisciplina trás para o processo de ensino/aprendizagem.



2. O QUE É A INDISCIPLINA



Numa síntese conceitual, a indisciplina escolar se apresenta como o descumprimento das normas fixadas pela escola e demais legislações aplicadas (ex. Estatuto da Criança e do Adolescente). Ela se traduz num desrespeito, “seja do colega, seja do professor, seja ainda da própria instituição escolar (depredação das instalações, por exemplo).

Ela se mostra perniciosa, posto que sem disciplina “a poucas chances de se levar em bom termo um processo de aprendizagem. E a disciplina em sala de aula pode equivaler à simples boa educação: possuir alguns modos de comportamento que permitam o convívio pacífico”.

Içami Tiba define disciplina como:


(...) O conjunto de regras éticas para se atingir um objetivo. A ética é entendida, aqui, como o critério qualitativo do comportamento humano envolvendo e preservando o respeito ao bem estar biopsicossocial (...)


O autor aponta como causas da indisciplina na escola as características pessoais do aluno (distúrbios psiquiátricos, neurológicos, deficiência mental, distúrbios de personalidade, neuróticos), características relacionais (distúrbios entre os próprios colegas, distorções de auto-estima) e distúrbios e desmandos de professores.

Yves de La Taille esclarece que:


Se entendermos por disciplina comportamentos regidos por um conjunto de normas, a indisciplina poderá se traduzir de duas formas: 1) a revolta contra estas normas; 2) o desconhecimento delas. No primeiro caso, a indisciplina traduz-se por uma forma de desobediência insolente; no segundo, pelo caos dos comportamentos, pela desorganização das relações.


O ato indisciplinar deve ser regulamentado, nas normas que regem a escola, assumindo o regimento escolar papel relevante para a questão, ou seja, cabe a escola definir o que é, e quais são os atos de indisciplina, visando a melhor maneira de solucioná-los, procurando fazer com que os mesmos não atrapalhem o processo de ensino/aprendizagem dos alunos.



3. O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, EDUCAÇÃO ESCOLAR E INDISCIPLINA.



O ECA em seu Capitulo IV, que fala: Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer, em seus Artigos: 53, 54, 55, 56, 57, 58 e 59 trata, especificamente, do direito à educação estabelecendo seus objetivos, os direitos dos educandos, as obrigações do Estado, dos pais e dos dirigentes dos estabelecimentos de ensino fundamental.

Porem, não há qualquer referência à questão disciplinar envolvendo o educando. O Estatuto apenas procurou tornar exeqüível a norma constitucional quanto ao direito à educação.

Daí nos perguntamos se realmente o ECA, não acaba por deixar os alunos mais indisciplinados, uma vez que se sentem cheios de direitos e poucos deveres, ma ao analisarmos mais profundamente o Estatuto podemos observar que esse é um pensamento errôneo, pois o mesmo também solicita que a família também cumpra seu papel frente a educação de seus filhos, principalmente frente a educação escolar dos mesmos.

O Excelentíssimo Juiz de Direito da 2ª Vara do município de Amambai/MS o Sr. Thiago Nagawava Tanaka, em palestra oferecida aos moradores da cidade de Coronel Sapucaia/MS, com tema “Justiça na Escola”, afirma que: “Dentro da Escola a autoridade é do Diretor, dos Coordenadores e dos Professores, que os problemas que surgirem dentro do ambiente escolar de total responsabilidade dos mesmos, se esses não conseguirem solucioná-los devem chamar os pais das crianças e ou adolescentes, em seguida o Conselho Escolar e se necessário o Conselho Tutelar, que deve tentar solucionar o problema respeitando os direitos das criança e ou adolescentes e garantindo também o direito dos demais envolvidos na situação, sejam professores ou demais integrantes da escola, uma vez que o Conselho Tutelar também deve lembrar as crianças e ou adolescentes seus deveres.



4. O PAPEL DO PROFESSOR FRENTE À INDISCIPLINA:



Há 40 anos este problema praticamente não existia. As escolas do passado seguiam um sistema tradicional, exigindo dos alunos um comportamento quase militar. Quando ocorriam atitudes de indisciplina, os castigos, muitos deles físicos, eram aplicados.

Porém, muita coisa mudou nestes 40 anos e hoje a escola não adota mais uma postura repressiva e violenta. Estamos numa época de valorização da democracia, cidadania e respeito. Cabe a escola levar estes princípios à sério dentro do seu projeto pedagógico.

Numa tentativa de solucionar o problema da indisciplina em sala de aula o professor deve identificar os motivos da mesma, observando os alunos e estabelecendo um diálogo, que podera ajudar muito neste sentido. Muitas vezes, a indisciplina ocorre porque os alunos não entendem o conteúdo ou acham as aulas cansativas. Nestes casos, o professor pode modificar suas aulas, adotando atividades estimulantes e interativas. Esta atitude costuma gerar bons resultados.

Freqüentemente, ouve-se muitos professores queixarem-se da indisciplina de seus alunos, reclamam que os educandos conversam paralelamente ao professor o tempo todo, que apresentam dificuldade para copiar, raciocinar, realizar as atividades, trazer o material, prestar atenção, atender ordens, que jogam-se bolas de papel uns nos outros e até mesmo no professor, rasgam os trabalhos dos alunos do outro turno, escondem o material dos colegas respondem mal aos colegas e professores, e a partir daí surgem as seguintes indagações: agindo com mais rigidez, sendo autoritário, trabalhando de forma tradicional, se obterá mais disciplina na sala de aula?

Nesse sentido, questiona-se: de onde provém o problema da indisciplina? Do aluno, do professor, da metodologia utilizada, da sociedade? Quais são suas causas? Qual a melhor forma de se conseguir a disciplina desejada? Será através do autoritarismo, da imposição, de ameaças? Ou através do diálogo, da conscientização, do comprometimento, da elaboração coletiva das regras disciplinares da sala de aula e da escola?

VASCONCELLOS (1995, p. 41) nos diz que:


O educador, num primeiro momento, pode assumir a responsabilidade pela disciplina, enquanto articulador da proposta, levando, no entanto a classe a assumí-la progressivamente.Tem como parâmetro não a sua pessoa (“autoridade”) mas as necessárias condições para o trabalho coletivo em sala de aula.


Observa-se que os alunos agem de forma diferenciada com os professores, com alguns são totalmente indisciplinados, com outros, prestam atenção, fazem silêncio, participam da aula, questionam, sugerem, enfim, há um relacionamento equilibrado, de interação e troca de conhecimentos.

Em outras situações, a indisciplina ocorre a partir de uma situação de conflito e enfrentamento entre alunos e professor. Neste caso, o professor deve buscar conversar e ouvir os alunos. Mas uma vez ressaltamos que cabe ao professor desfazer o clima de conflito e solucionar a situação.

Uma outra boa sugestão é criar algumas regras comuns para o funcionamento das aulas. O professor pode fazer isso com a ajuda dos próprios alunos. Dentro destas regras podem constar: levantar a mão e aguardar a sua vez antes de perguntar ou falar, fazer silêncio em momentos de explicação, falar num tom de voz adequado, etc.

Com estas e outras atitudes, o professor vai ganhar o respeito de seus alunos. Este respeito é uma porta aberta para, através do diálogo com os estudantes, buscar soluções adequadas para melhorar as condições de aula na escola.

É também compromisso do educador se preocupar com a disciplina e a responsabilidade de seus alunos.

Para Piaget (1996):


(...) o respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a aquisição das noções morais (...)


Conseguimos atingir a responsabilidade, desenvolvendo a cooperação, a solidariedade, o comprometimento com o grupo.

Sob uma visão Piagetiana, o professor que na sala de aula dialoga com seu aluno, busca decisões conjuntas por meio da cooperação, para que haja um aprendizado através de contratos, que honra com sua palavra e promove relações de reciprocidade, sendo respeitoso com seus alunos, obtém dessa forma um melhor aproveitamento escolar.

Cabe ainda aos professores refletir que além das regras disciplinares, é necessário que os mesmos conquistem os alunos demonstrando respeito e estima por eles, valorizando seus esforços, suas atitudes, seus trabalhos, procurando estabelecer normas de convivência como, hora de conversar, de descansar, pois se o aluno for envolvido na elaboração e construção das regras disciplinares ele se sentirá comprometido e responsável por elas.

É necessário que o professor organize e planeje muito bem suas aulas, usando uma metodologia adequada a fim de que os mesmos não caiam no expontaneísmo e no improviso dos conteúdos, procurando dessa forma atender as necessidades e expectativas de seus alunos, mostrando-lhes onde podem aplicar tais conteúdos no decorrer de suas vidas, dando significado ao que está sendo trabalhado.





7. CONSIDERAÇÕES



No decorrer da história a educação passou por muitas transformações, indo desde o autoritarismo exagerado de alguns professores ao excesso de liberdade por parte de outros, o que pode ter dificultado em muitas vezes o bom desenvolvimento das aulas, influenciando diretamente no ato pedagógico da sala de aula e no processo ensino/aprendizagem, podendo ter provocado com isso a indisciplina escolar.

Em pleno terceiro milênio, estamos aprendendo a praticar a democracia, pois é inconcebível que, diante das avassaladoras transformações tecnológicas, científicas, sócio-políticas e culturais continuemos com uma forma arcaica, centralizadora e autoritária de fazer educação. Os tempos de hoje exigem valorização dos espaços escolares e autonomia para o crescimento dos mesmos.

Por isso faz-se necessário implementar nas instituições educacionais a gestão escolar democrática onde professores, pais, alunos e funcionários possam manifestar seu pensamento, sugerir, questionar, participar e elaborar juntamente com os gestores educacionais as regras de boa convivência na sala de aula e na escola. A escola deve ser uma instituição séria, competente e qualificada, a qual deve ter como objetivo proporcionar os alunos, além do seu crescimento cognitivo, o resgate de valores e a preparação para cidadania, onde a conquista da disciplina desejada acontecerá no momento em que houver o entendimento de todos, que o cumprimento das normas estabelecidas pelo grupo, propiciará um ambiente favorável ao ensino-aprendizagem. Só se conseguirá a disciplina desejada no momento em que se trabalhar de forma coletiva na escola, num processo em que todos os professores tenham uma mesma linha de ação, orientando o aluno, para que se torne responsável pela sua própria aprendizagem e pelo seu sucesso escolar.

Daí advém a importância de a escola construir seu projeto político pedagógico com a participação de toda comunidade escolar (professores, gestores escolares, pais, alunos, equipe técnica e de apoio, representantes religiosos e associações comunitárias), procurando estabelecer objetivos, metas, fins, ou seja, parâmetros comuns para a instituição, onde todos sintam-se responsáveis pela execução e elaboração do mesmo.



8. REFERÊNCIAS

CHALITA, Gabriel. Lugar de família é na escola. Revista Aprende Brasil - A

revista da sua Escola. Ano 2. nº 3. Fevereiro de 2005.

DANI, L. S. C. A disciplina e a construção do pensamento autônomo. Cenas e

cenários: reflexões sobre a educação. 1. Santa Maria, 1999, 1999, p. 85-101.

FREINET, C. Pedagogia do Bom Senso, ed. 6ª, São Paulo, Martins Fontes, 2000.

FREIRE, p. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

PASSOS, Laurizete Ferragut. A Indisciplina e o cotidiano escolar: novas abordagens, novos significados. In: Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas.

TIBA, Içami. Disciplina – Limite na medida certa. 8ª edição. São Paulo: Editora Gente, 1996.

VASCONCELOS, Celso dos Santos. Disciplina. São Paulo: Libertad, 2001.











segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Agradecimento à Deus

SENHOR, OBRIGADA POR MAIS UM ANO!!!!!!
Senhor!
Quero hoje agradecer-te por mais um ano de vida. Meus olhos volto a ti enquanto meu coração agradece por este milagre que é viver. Um milagre que me vem de maõs dadas com teus mistérios.
Sabe senhor...muitas vezes, no corre-corre das tarefas diárias, lembro de ti rapidamente, faço uma oração no trajeto de casa para o trabalho, te agradeço e te peço bênção para o dia que se inicia, para minha família, meus amigos e até prá quem não gosta de mim ou me prejudica de alguma forma. Mas hoje, quero te agradecer mais demoradamente pelo dom da VIDA, pelos meus olhos saudáveis que me possibilitam ver tantas maravilhas, pelo meu emprego, pela minha saúde, mas quero também te pedir perdão pelos momentos de fraqueza, quando sem perceber e sem querer, reclamo de algo e tantas vezes cobro de ti uma solução. Perdoa-me pelo egoísmo, perdoa-me por qualquer ato que possa de alguma forma te-lo magoado ou entristecido. Obrigada pelos 34 anos de uma vida sem tantas restrições, enquanto há tantos que sofrem. Obrigada pela família que me destes, pelos amigos que colocastes no meu caminho, obrigada pelo amanhecer, pelo por-do Sol, pela lua cheia, obrigada pela FÉ que me reanima nas horas de dificuldades, pela esperança que brota a cada dia.
Obrigada por ter me dado a oportunidade de seguir os teus ensinamentos e no livro da vida, ter conseguido de alguma maneira, propalar a tua palavra e falar sempre de ti e do teu amor por todos nós. 
obrigada por mais um ano adorando a ti, amo te de todo coração, só a ti dedico minha vida.
RAMONA PEREIRA

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Homenagem a Celina Jalad Martins

História

Celina Jallad, campo-grandense nascida em 11 de fevereiro de 1947, foi deputada estadual de Mato Grosso do Sul pelo PMDB. Além da vida política herdada de seu pai, o ex-governador Wilson Barbosa Martins, ela era empresária do ramo do agronegócio.

Em seu primeiro mandato, de 1995 a 1999, conquistou a presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembléia Legislativa. De 1996 a 1997, presidiu a Comissão de Educação, Trabalho e Cidadania, período no qual foi eleita vice-presidente da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo na história do Parlamento Sul-mato-grossense.

Retornou para um segundo mandato na Assembléia Legislativa, de 1999 a 2003.
Até o ano passado, Celina exercia seu quarto mandato na Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Em 30 de novembro, foi empossada como a 1ª Conselheira do Tribunal de Contas do Estado.

“ A Celina é uma pessoa que, ao longo de sua existência, semeou harmonia, liderança, companheirismo, amizade e dedicação às causas que acreditava e obviamente cumpriu sua missão de forma extraordinária neste mundo. É um momento difícil e de muita tristeza, em que a gente procura, mas são poucas as palavras capazes de expressar o muito que a Celina representa para todos nós”.


“Mato Grosso do Sul terá sempre o legado da conselheira do Tribunal de Contas do Estado Celina Martins Jallad como exemplo de dedicação ao bem comum. Seu trabalho e sua trajetória política, sempre a favor da igualdade, pela democracia e sempre ao lado das forças construtivas de nosso Estado, honram todos os que hoje compartilham a dor da sua ausência, consolados pela sua presença indelével na vida sul-mato-grossense. Como parlamentar, secretária de Estado e conselheira, Celina transformou os sonhos de sua gente em conquistas. Como mulher, mãe e cidadã, fez de sua vida exemplo que engrandece nossa história.”