quinta-feira, 14 de outubro de 2010

PROFESSOR...

PROFISSÃO: PROFESSOR

Estamos, no Brasil, com um déficit de 254 mil professores e que deve se agravar ainda mais com as aposentadorias dos que estão na ativa (55,1% dos docentes brasileiros têm mais de 30 anos, segundo a CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação).
Em São Paulo, por exemplo, existem escolas que não conseguem professores de química ou geografia.
Eu acho que hoje, profissionalmente, em se tratando de conhecimento e atualização, nunca se teve um tempo como este, graças à globalização das informações e as possibilidades de pesquisa em diversas partes do mundo, sem sair de seu escritório ou de sua casa. Os educadores de hoje têm a possibilidade de, cada vez, mais buscarem aperfeiçoamento de seus conhecimentos aumentando suas competências e quem ganha com isto são os alunos, pelo motivo de estarem diante de professores bem preparados.
Financeiramente, ainda há muito que se fazer, desde o ensino primário até o universitário. É impressionante que nosso governo ainda não tenha notado o poder que a educação tem na formação de um país melhor e nem o quanto economizariam em programas sociais.
Infelizmente os jovens que estão entrando para o Magistério hoje são claros e taxativos: “Não quero morrer de fome dando aula”; “Quero trabalhar em museus ou laboratórios onde o salário valha a pena” e, pior ainda, “Dar aulas para ser maltratado por alunos e ter uma profissão totalmente desrespeitada?”.
Quero aqui mostrar que existem outros pontos que esses futuros professores devem ter em mente. Um ponto favorável é a expansão de Faculdades e Universidades particulares, criando novas oportunidades para os profissionais de ensino, e que brevemente seguirão uma política de remuneração atualizada com as necessidades profissionais dos professores, como já vem acontecendo em alguns bons colégios particulares “puxando” os professores da rede pública para suas salas de aula.
Eu, pessoalmente, atuo nesta área com muita paixão e pretendo num futuro próximo dedicar-me ainda mais a esta atividade, que segundo D. Pedro I: "se pudesse escolher uma profissão escolheria a de professor".
Uma profissão gratificante e de novos rumos sempre uma profissão do futuro, afinal as pessoas caminham nesta terra há 12 milhões de anos e a única coisa que vêem repetindo neste tempo todo é o processo de aprendizado.
Eu reconheço que a didática de ensino deve mudar muito e se adaptar novamente. Nós progredimos da "palmatória" ao "laptop". Eu acredito que não falte muito para progredirmos para um reconhecimento salarial mais justo e para métodos com mais resultados em reter a atenção dos alunos na difusão da informação.
Professores devem se automotivar por suas novas descobertas, por suas novas pesquisas e o desejo de ver seu trabalho discutido numa sala de aula.
Não acredito que a motivação dos professores é a causa, nem conseqüência. Muito mais que isso é um instrumento didático, que torna o professor um elemento educativo, com capacidade de contagiar através de persuasão. Uma vez que toda informação apresentada, de uma maneira que contenha emoção, é mais fácil de ser assimilada e difundida, não só no mercado educacional, mas em todos os contextos de expansão de informação. A motivação é hoje elemento primordial para qualquer profissional. Ela tem efeito contagiante, auxilia na credibilidade, mostra empenho e demonstra carisma, assim como interesse nos alunos.
Vislumbro boas perspectivas para a classe docente, possibilidades de trabalho crescendo, o nível de informação está se superando e a classe está se integrando cada vez mais. Basta ver o número de professores em Congressos há alguns anos atrás comparados com a lotação dos Congressos de hoje. Existem até professores que pensam em fundar uma cooperativa educacional e conduzirem Universidades Cooperativadas por todo Brasil. Eis aí o professor empreendedor, indo além da atuação em sala de aula.
Narro, em um de meus livros chamado Fábrica de Gente toda história de um projeto, mostrando como modificar condutas e desenvolver cidadania para cada um dos funcionários da fábrica. Além de estar em todas as livrarias do Brasil, é também adotado em diversas Faculdades e Universidades. Na verdade, os conceitos, a experiência do livro e a vivência, são conceitos para serem discutidos em sala de aula, como um case, capaz de causar reflexões profundas no universo humano e social.

Porem, ao longo da história, sinto que faltou aos professores um pouco de ousadia. É evidente que a profissão em termos de remuneração, principalmente na Rede Pública precisa ser revista. Vencer essa dificuldade requer criatividade, foco em buscar novos mercados, abandonando sua zona de conforto. Ganhar pouco hoje não é sinônimo de que se vá ganhar pouco durante toda profissão. Hoje não basta o professor ser inteligente, ele tem de ser criativo.

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